A denúncia feita pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) contra o deputado estadual Gilson Moura (PROS), da ex-prefeita de Natal Micarla de Sousa e mais sete envolvidos em um esquema de desvio de recursos públicos da Semtas (Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social) e Ativa (Associação de Atividades de Valorização Social) para financiar a reeleição em 2010 de Gilson, teve seu segredo de Justiça quebrado.
Com o fim do segredo de Justiça é possível acompanhar toda a denúncia, suas investigações e depoimentos já prestados. O MP denunciou os envolvidos na última sexta-feira (7), as investigações ocorreram após outra investigação de desvio de recursos públicos praticado por Gilson Moura na esfera estadual, onde o deputado é acusado de contratar funcionários fantasmas no Instituto de Pesos e Medidas (Ipem).
De acordo com a peça, Gilson utilizou do mesmo esquema de contratação de fantasmas na Semtas e Ativa para construir uma fonte de renda para a sua reeleição. A denúncia só foi possível graças a delação premiada de Rychardson de Macedo, responsável por todo o esquema no Ipem e depois na Ativa e Semtas.
Rychardson afirma que 90% a 95% dos cargos comissionados indicados por Gilson Moura na Ativa e Semtas simplesmente não davam expediente. Em outro trecho do depoimento de Rychardson, ele confirma que para pagar gastos da campanha como a contratação de carros de som no valor de R$ 65 mil reais, o esquema mandava nomear cerca de 10 cargos com salários de R$ 2 mil reais, totalizando R$ 20 mil para a campanha.
Outro fator que chama a atenção é que nos meses de campanha, entre junho e outubro de 2010, a Ativa recebeu um valor superior depositado pela Prefeitura. Entre janeiro e maio daquele ano o valor enviado para a Ativa foi o estabelecido R$ 856.914,06, em junho esse valor pulou para R$ 945.540,60 e entre julho e outubro esse valor deu um salto ainda maior foram destinados R$ 1.150 milhão de reais.
Rychardson confirmou ainda, que logo após a campanha terminar os funcionários indicados pelo deputado foram demitidos.
*Por: Rodrigo Klyngerr
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