Que a área da segurança pública do Rio Grande do Norte vive uma de suas piores crises, isso não é novidade, e para piorar o que já está ruim os reagentes necessários para a realização dos flagrantes por tráfico de drogas estão em falta e com isso o trabalho está suspenso.
Segundo denuncias dos peritos do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) responsáveis pela realização dos procedimentos periciais para identificação e constatação de drogas, o serviço está parado há três dias por causa da falta dos reagentes específicos para tal perícia.
Com a falta do material os laboratórios de Toxicologia (medicina legal), e entorpecentes estão de portas fechadas e que a atual situação inviabiliza a realização de flagrantes, beneficiando os criminosos que venham a ser presos com entorpecentes.
O Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte (Sinpol) afirmou que o Laboratório de Análises e Pesquisas Forenses informou através de memorandos, à direção do Itep sobre a situação dos estoques de reagentes e outros insumos, mas que somente há dez dias o pedido de compra desses materiais foi realizado, porém sem tempo hábil para a entrega dos mesmos antes do fim do estoque.
Em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, o perito farmacêutico do Itep, Fabrício Fernandes, disse que não há problemas apenas no setor de toxicologia de entorpecente, e que caso venha ocorrer causa mortis o trabalho de perícia também está prejudicado, uma vez que faltam reagentes para laudos de envenenamento.
"Observando, podemos ver que é maconha, mas não há como se comprovar. Preciso de uma metodologia científica para confirmar qual é o material. Sem os reagentes eu não posso precisar", garantiu o perito à Tribuna do Norte.
Para que você leitor do blog tenha a dimensão do problema, uma dupla de traficantes foi presa com uma grande quantidade de maconha pela 6ª DP, porém pela falta dos reagentes a perícia não pôde ser realizada e os bandidos foram colocados na rua.
"Duas pessoas foram presas com maconha e não temos condições de mantê-los presos. Infelizmente, vamos ter que mandar para a rua dois traficantes. A gente prende, mas não tem a constatação para encaminhar à Justiça", revelou o agente Antônio Ferreira, da 6ª DP, à reportagem da Tribuna do Norte.
Segundo a vice-presidente do Sinpol, Renata Pimenta, o sindicato vai informar a situação ao Ministério Público e ao Ministério da Justiça, através de ofício. "Do jeito que está hoje, a Polícia Civil não terá como realizar um flagrante de tráfico de drogas, pois o Itep não tem como atestar que aquilo é mesmo droga. Além disso, estamos com a Copa chegando e o Rio Grande do Norte vai receber um grande número de turistas. Então, vamos pedir que as autoridades responsáveis e fiscalizadoras intervenham nesse caso", desabafou ao jornal Tribuna do Norte.
*Por: Rodrigo Klyngerr
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