Estoques de carros produzidos nas fábricas está elevado, gerando crise no setor automotivo. Foto: Divulgação |
O Sr. Luiz Fernando Teixeira Nunes, secretário-adjunto da Receita Federal, afirmou, dia 26, que o órgão trabalha com a retomada das alíquotas "cheias" do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de veículos automotores a partir de julho. Isso significa que os descontos de IPI dados pelo governo para o setor devem terminar.
"A previsão é que o IPI seja colocado na alíquota cheia a partir de julho. Qualquer mudança de entendimento de cenário, qualquer postergação que ocorra, a receita que será arrecadada poderá ser revista. Até o momento, a gente trabalha com o IPI cheio [a partir de julho]", disse o secretário da Receita à imprensa.
Alíquotas do IPI
Pela programação do governo, anunciada no início do ano, a alíquota do IPI para os carros populares (1.0) permanece em 3% até 30 de junho, quando o governo então vai avaliar se haverá um novo aumento, para 7% (alíquota que vigorava antes da equipe econômica determinar a redução do IPI, no início de 2012.
Para automóveis com motor entre 1.0 e 2.0 flex, a alíquota do IPI subiu de 7% até o fim do ano passado para 9% no início de 2014, e pode retornar ao patamar de 11% em julho, dependendo da análise do governo. Para os veículos com o mesmo motor, mas movidos apenas a gasolina, a alíquota subiu de 8% para 10% em janeiro e pode avançar para 13% em julho.
Os “utilitários” também tiveram alta no IPI, que passou de 2% – que vigoravam até o fim de 2013 – para 3% em 1° de janeiro.
A partir de julho, o imposto para essa categoria pode subir para 8%. No caso dos “utilitários”, usados para transporte de carga, a variação foi dos mesmos 3% no início do ano e, em julho, se houver alta, o IPI pode avançar para 4%.
Dificuldade para aumentar
Em 2014, ano marcado por eleições presidenciais, o governo desistiu de aumentar os impostos sobre cosméticos, que estava sendo estudado anteriormente, e também decidiu adiar para setembro a entrada em vigor do aumento dos impostos sobre bebidas frias (cervejas, refrigerantes, refrescos, isotônicos e energéticos), que será feito de forma escalonada (parcelada). Também poderá ter um pouco mais de dificuldade para aumentar o IPI dos veículos, previsto para julho, diante de dificuldades de vendas enfrentadas pelo setor.
O governo mexeu no IPI dos veículos em maio de 2012, quando as fábricas estavam com estoques acima da média. O objetivo foi estimular as vendas e evitar demissões.
Inicialmente, o imposto foi “zerado” para carros 1.0, e as alíquotas dos demais foi reduzida. O desconto no IPI fez a indústria automobilística bater recordes nos meses seguintes. Em janeiro do ano passado, o imposto começou a ser recomposto.
*Com informações da Tribuna do Norte
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