Equipe de transição diz que relatório do governo Iberê é superficial

Um relatório genérico e superficial. Foi assim que o coordenador da equipe de transição da governadora eleita, Rosalba Ciarlini (DEM), Obery Júnior, classificou o calhamaço de material com informações de 90% dos órgãos da administração direta e indireta disponibilizados pelo governo de Iberê Ferreira de Souza (PSB). Ele disse que está preocupado com o que viu. A equipe iniciou os trabalhos há apenas dois dias mas já constatou que as informações preliminares, indicando que a situação do equilíbrio orçamentário e financeiro do Estado era mais favorável, podem não se confirmar. “O governador declarou que entregaria o governo equilibrado e sem dívidas, mas as informações iniciais indicam que isso não vai ser possível. Não quero dizer o montante porque seria uma irresponsabilidade, mas tudo indica que essa situação difícil vai ser repassada para o futuro governo”, observou o coordenador.

As imperfeições apontadas pela equipe nomeada por Rosalba Ciarlini, no que concerne aos relatórios, não se limitam à preocupação de ordem financeira e orçamentária, que já se reflete no trabalho iniciado. Segundo Obery Júnior, há dificuldades no que concerne à terminologia adotada pelos profissionais que produziram os relatórios, os quais diferem em demasia, e dificultam a análise da vasta documentação. “Isso acaba gerando um trabalho adicional porque temos que uniformizar essa terminologia”, enfatizou.

Além disso, não há um detalhamento acerca dos contratos e convênios, tendo a equipe de Iberê se limitado a apresentar o montante total dos recursos e os prazos de execução das respectivas obras. Para ele, as informações, resumidas como estão, não são suficientes para uma análise mais aprofundada como quer a governadora eleita. O coordenador exemplificou, por exemplo, que, no caso dos contratos, não há uma definição sobre o que foi executado percentualmente e se a parceria já foi renovada alguma vez. Ele também ressentiu-se de um maior esclarecimento das questões relativas ao custeio da máquina, que são, entre outras coisas, os gastos com contrato de locação de automóvel, energia elétrica, telefone, entre outros.

Logo que foi iniciado o processo, na tarde da última quarta-feira (16), ficou definido que a avaliação do material seria feita de maneira horizontal. Isto quer dizer que não haverá divisão de temas específicos como as áreas de Saúde, Educação, Segurança, etc. O material será monitorado por completo, de uma vez só.

“Nós estamos analisando cada um dos relatórios. A partir da análise iremos definir o que se precisa aprofundar, principalmente em relação a execução orçamentária e financeira e as questões de contratos e convênios”, concluiu.

*Reportagem do site da Tribuna do Norte