A Prefeitura do Natal, por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), realiza a segunda edição da Campanha Brasileira do Laço Branco: “Homens pelo fim da violência contra a mulher”. Assim como no ano passado, a campanha ocorre durante o período do Carnatal. “Aproveitamos momentos em que são reunidas grandes massas na cidade para divulgar temas importantes, como esse”, disse o secretário da Semtas, Alceu Borges.
Para a adjunta de integração social da pasta, Josi Lucas, é “uma hora para se enaltecer o trabalho contra a violência”. Esse ano, o Centro de Referência Mulher Cidadã, desenvolvido pela prefeitura, já atendeu mais de 3.500 mulheres nas áreas jurídicas, psicológicas e sociais. As delegacias especializadas chegam a registrar aproximadamente cinco mil boletins de ocorrências por ano em Natal.
Josi contou que o movimento contra a violência vem se fortalecendo com a propagação da Lei Maria da Penha. “A mulher, hoje, tem mais condições de denunciar o que sofre e buscar uma solução para isso”, reiterou. A Semtas também esclarece que a falta de sistemas de informações integradas dificulta e encobre os dados reais da situação da violência contra a mulher.
A Casa Abrigo Clara Camarão, mantida pela Prefeitura, destina-se a mulheres vítimas de violência em situação iminente de morte. Neste ano, realizou 105 acolhimentos, com estrutura física, alimentação, acompanhamento psicológico e assistência social.
Para o secretário adjunto da Semtas, Edson Nonato, a agressão à mulher rebaixa o homem a um covarde. “Quando um homem bate em uma mulher é tirado dele a imagem de ser humano. A campanha promove e tenta garantir o tratamento adequado para a mulher”.
Ao todo, 156 países participam da ação, que teve início no dia 25 de novembro – dia internacional da não violência contra a mulher. A secretaria esclarece que as práticas de violência podem ocorrer em todos os lugares, tanto no âmbito familiar quanto no espaço de trabalho. As formas mais comuns são a violência física, sexual, psicológica, moral e patrimonial
O Ministério Público anunciou que no próximo ano será criado um núcleo de violência doméstica, visando um atendimento extrajudicial e acompanhamento psicológico tanto para a vítima, quanto para o agressor. Para a instituição, a ação judicial isolada não é eficaz no combate a esse tipo de violência. O Ministério Público divulgou que 10 mulheres são mortas por dia no País.
Semtas atua na proteção das crianças
A Semtas também aproveita a realização do Carnatal para atuar na proteção de crianças e adolescentes. São 140 profissionais, divididos em seis equipes, entre assistentes sociais, psicólogos e educadores. No primeiro dia de micareta, 32 crianças e adolescentes foram retirados do comércio ambulante e levados para um local de acolhimento.
“Não podemos deixá-las à mercê do trabalho infantil. A maioria está ali envolvida na venda de churrasquinhos e catando latinhas. Atitudes proibidas pelo estatuto dirigido a esse público” afirmou Edson Nonato.
O adjunto da Semtas esclareceu que o trabalho desenvolvido é bem recebido pelas famílias que trabalham no carnaval fora de época. “Mais de 50% das famílias abordadas já conhecia o nosso trabalho e passou a procurar nosso serviço para entregar as crianças. Elas são levadas para o 7º Batalhão de Engenharia e Combate, que foi escolhido como nosso local de acolhimento”. Segundo Edson, lá, existe uma série de recreações e palestras, desenvolvidos por pedagogos e assistentes sociais. Em seguida, a equipe promove o retorno à família.
Todo trabalho é realizado em parceria com a Vara da Infância e da Juventude, Ministério Público, conselhos tutelares, Polícia Militar e Guarda Municipal.
*Reportagem do site do Jornal Tribuna do Norte
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